segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Um sonho e um ato de covardia

Sofia deitou na cama e abraçou seu ursinho porcaria,um de seus segredos é que ela só consegue dormir abraçada com ele desde seus quatro anos de idade,engraçado porcaria foi seu presente de natal.
Ao abrir os olhos estava numa rua cheia de pessoas que passavam de um lado para outro,que falavam sem parar,que esbarravam nela,nunca havia visto tanta gente,não soube de que direção mas ouvia uma voz gritando,”SOFIA ME AJUDE!!”,eu não posso,estou longe,pensou ela,e a voz sussurrou ao seu ouvido,”Não diga isso,a única que pode é você”.Despertou do sonho sentindo arrepios e teve a sensação de ouvir aquele sussurro mais uma vez,mas sacudiu a cabeça e levantou-se,o relógio marcava dez da manhã,estava sozinha em casa,sua mãe foi para o hospital,irônico,Dona Luciana salva vidas para anestesiar a dela.Tomou um banho e foi a casa de Eduardo para contar a novidade da madrugada:
-Bom dia Edu,acordou cedo!
-Nem dormi.
-Por que??
-Por nenhum motivo especial.Vamos a cachoeira?
MENTIRA!! Ele não conseguiu dormir pois os seus pensamentos não deixaram,se senti um babaca por não dizer a Sofia o único segredo que esconde dela.
Chegando a cachoeira sentaram-se numa pedra,Sofia iniciou a conversa indo logo ao ponto:
-Minha mãe me chamou para informar que vamos nos mudar para Salvador.
-O que??
-Não se faça de surdo,você me ouviu.
-Por que isso agora?
-Não entendi,não sei,você sabe como ela é comigo,só me comunica o que vai fazer,não se importa nenhum pouco com a minha opinião.
-Você também se fecha,tenta conversar com ela.
-Mas sou assim por que ela é assim comigo.
-Dê o ponto de partida.
-Não me venha com suas frases feitas,é melhor assim,me acostumei com isso.
-Mas queria que não fosse assim pois sofre com isso.
-Vamos mudar de assunto!
-Tá,voltando a “ir embora”,eu vou sentir muito sua falta,te conheço desde sempre.
-Eu sei,também vou sentir a sua,mas tem a internet.
-Ah! Não é a mesma coisa Sofia.
No caminho de volta para casa,Eduardo por dentro estava travando uma batalha,tentando segurar seu sentimento,olhando para Sofia seguia cada traço decorado do seu rosto,olhava para os lábios dela desejando provar os seus beijos,desejava que ela ficasse:
-Sabe quando vão?
-Depois do ano novo.
-Sofia eu vou sentir a sua falta!
-Você já me disse isso cabeção!
-Entenda!Eu.....Eu.....Eu....
Aqueles olhos verdes e expressivos o fitavam fingindo não entender o que estava acontecendo,mas ele se encolheu e disse a primeira coisa que veio a cabeça:
-Eu vou correndo pra casa,preciso ir ao banheiro.
Sofia acenou e entrou em casa,lembrou que não havia contado o sonho para Eduardo,mas ela sabe que ele vai dizer que foi só um sonho e talvez seja só isso mesmo.
Eduardo ao chegar em casa escondeu-se entre as cortinas da janela para observar a casa de Sofia,sabe que disse a coisa mais estúpida do mundo,está em pedaços por saber que daqui a poucos dias ela vai embora,conhecer outras pessoas,com certeza algum cara,que não vai mais sentir seu perfume todos os dias.Que adianta contar? Se perguntou,no mínimo ela vai dar risada ou então perderei a sua amizade,foi o que ele pensou.
Dizer sempre o que sentimos é necessário,pois se um dia não pudermos mais estar com alguém pelo menos essa pessoa sabe o quanto significa para nós,o quanto é especial,o quanto faz a diferença.Eduardo durante oito anos tentou e não conseguiu dizer tudo o que sente a Sofia e agora vai perdê-la,pois ela vai trilhar um longo caminho que vai demorar a cruzar o dele novamente.



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