sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!


Para Sofia o natal só tinha valor quando ela ainda acreditava em papai Noel,pois ela simplesmente não acredita que Jesus tenha nascido em dezembro.Se diverte ao ver as pessoas que fazem mal ao próximo o ano inteiro fingindo que se importa ao pedir perdão e logo após o ano novo ocupam seus postos para recomeçar o ciclo de maldade anual.
Pela manhã,como sempre colocando o pé direito primeiro no chão,Sofia percebeu que nos pés de sua cama havia um embrulho grande e bonito,ao abrir não conseguia acreditar,o seu tão sonhado violão Gianini,correu para agradecer a mamãe noel e passou o resto da manhã tocando suas musicas preferidas.
Como de costume Luciana e Sofia passaram a noite de natal na casa da família Nogueira.Sofia estava feliz na companhia do seu melhor amigo Eduardo,que é filho do casal Nogueira.
Eduardo é um ano mais velho que Sofia,e está se achando o importante pois já fez dezoito anos e terminou o colégio.Sofia o estava culpando subliminarmente  por deixá-la agora sozinha no meio daquele esgoto estudantil.Falando um pouco sobre Eduardo: um e oitenta de altura,olhos decifráveis,apenas um sonho,apaixonado secretamente por sua melhor amiga.Sofia odiava quando no alto voou dos seus sonhos ele a puxava  com toda força de volta para a nada doce realidade,mas mesmo assim ela gostava de estar com ele,ou só estava por que naquele lugar,apesar de muito diferente,o único que a ouvia era ele.
Chegando em casa por volta das duas da manhã Sofia ouviu de sua mãe uma frase que à arrepiou;"precisamos conversar" disse Luciana num tom sério.Apesar do horário sentaram-se a mesa,a noticia pousou sobre os ouvidos de Sofia,mas ela não sabia decifrar se era uma coisa boa ou ruim.A sua frente só registrava cada palavra de sua mãe com os olhos e na mente:
-Vamos voltar para Salvador,quero estar com minha família.
Luciana é assim,prática,pequenas frases,poucas explicações,as coisas tem que ser na hora e como ela quer.
Sofia não entendeu por que essa vontade repentina,ela só conhecia os avós por fotos e raros telefonemas,do resto da família nunca ouviu falar,sentia por Eduardo,mas quem sabe pode estar aí a chance de mudar sua história,uma cidade grande,muitas pessoas diferentes.Porém o jeito da mãe a chateou,custava perguntar se ela queria??"Odeio quando como me trata como criança" foi só o que ela disse antes de voltar para o seu quarto,do fundo do corredor ouviu uma voz ecoar:
-Não te trato como criança,só faço o que é melhor para nós duas.
Não queria começar uma briga aquela altura da madrugada,então calou-se,desejava que no fundo sua mãe se aproximasse mais,conversasse mais,não simplesmente ditasse regras como um soldado.Todas as vezes que olha no fundo dos olhos de sua mãe entendi por que ela é assim e deseja não ser igual,não teve coragem até hoje de tocar no assunto,mas sabe que ela é um símbolo permanente de um passado que Luciana daria tudo para esquecer,pensa que deveria ser punida por isso,por ter,mesmo que sem querer,atrapalhado os planos de sua mãe.

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